quinta-feira, 2 de setembro de 2010

DILI TEM ROEDORES DE QUASE CEM QUILOS, VIVOS!

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FORBES SPY DÁ PISTAS A CIENTISTA

Palavrinha de honra que hoje nem estava para aqui vir. Resisti até mais não poder, fiquei com as unhas todas roídas, virei roedor aos menos de 40 anos. Imaginem como este estresse não me tem roído a cachimónia. Abrenúncio. Que devastação cerebral vai no meu interior todo roidinho com pensamentos que pelos visto tenho de desabafar com os prestimosos que aqui me lêem. São só meia dúzia mas isso que se lixe, somos poucos mas muito bons.

Mas vamos lá ao que me rói a cachimónia porque senão faz-se tarde e depois tenho de deixar a feitura do texto para logo à noite ou mais lá para a tarde. Agora por manhã tarde e noite… Pergunto-vos se deram pelo tremor de terra desta noite aqui em Díli. Não? Credo! Vocês têm o sono pesado. Aqui em Lecidere foi cá uma tremedeira. Não deram por nada? Zuca, zuca, isto tremia tudo. Ou foi tremor de terra ou então o meu vizinho PM andou cá por esta casa-cofre a experimentar a cama. Só pode. Mas que energia. Puxa! Se continuar assim vou propor-lhe para não habitar no bunker nem um segundo. Que fique lá sempre em Balibar com a família que está muito bem. E que faça o favor de não trazer para aqui para o meu bairro as amantes. Que coisa!

Ou então que arranje uma cama de água… Pois, sempre não tremíamos tanto cá no sítio. Boa ideia. Pelo natal vou oferecer-lhe uma… e coletes salva-vidas para o caso da cama rebentar e haver cheia lá nos quartos do bunker. Que é o mais certo. Oiá!

Hem? Onde é que eu ia na conversa… Ah! Já sei. Ratos. Roedores. Enormes. E burros são os cientistas australianos que andam atrás dos ratos… Dos ossos dos ratos e a fazer este alarido todo. Eu explico.

O meu prestimoso amigo Ken Aplin da Organização de Investigação Cientifica e Industrial da Commonwealth, doutor com u, desatou a escavar lá nas montanhas e descobriu grandes esqueletos de roedores. Disse ele que são grandes e que os ratos gigantes decerto que pesavam, em vivos, à volta de seis quilos… Disse ele ainda que as ossadas encontradas e desenterradas devem de ser da maior espécie extinta de rato que existiu na terra. E disse mais, só bacoradas. Admira-me que o my friend Ken tenha dito tanta bacorada junta mas… Isto só se pode resolver após fazer um telefonema e explicar-lhe que se descer da montanha e vier a Dili vai encontrar ratos muito maiores e vivos, ativos, sempre prontos a roer tudo e todos. Oiá. Mamíferos ratolas acima dos 60 quilos, com gravatas e tudo, a comer do bom e do melhor, a viver à grande. Ratos mamões em que alguns quase chegam aos cem quilogramas.

Já tentei por umas quantas vezes telefonar para o Ken mas como estes telemóveis são sempre uma grande porcaria respondeu-me a estátua que está no topo do Ramelau a dizer para falar com os de cá de baixo e que “não me chateies que eu agora estou na lua…”. Fiquei a saber o mesmo mas, talvez porque a santa lá de cima gosta de esclarecer mandou-me o som, que convosco partilho. Oiá! Podem ouvir que não pagam por isso, oferta da Forbes Spy S.A.

Já ouviram? Olhem, eu entretanto consegui falar com o my friend Ken. Disse-me ele que "o leste da Indonésia é um bom lugar para a evolução dos roedores".

“Mas oh Ken, qual é a novidade disso? Toda a gente sabe que sim.” Disse-lhe. E dizes ainda tu que “os roedores compõem 40 por cento da diversidade de mamíferos em todo o mundo e constituem um elemento fundamental dos ecossistemas”. Tive de ripostar e informar com a melhor qualidade e rigor que me vai na alma e nas informações da Forbes Spy, disse-lhe: “Mas meu caro, isso é uma avaliação muito leviana. Quais quarenta por cento quais carapuça. Mete lá em dez por cento de mamíferos que nos roem a sério e se calhar já é demais, pelo menos aqui em Timor Leste. E dizes que são elementos fundamentais no ecosistema? Mas tu endoideceste ou o quê? Mas nós não precisamos desses gajos ratos gigantes para nada. Esses gajos só sabem roer nos orçamentos de estado e em tudo que apanham e pertence aos outros 90 por cento. Mas tu nem sabes que esses mamíferos roedores gigantes são os causadores da corrupção? Que são eles que roubam e corrompem tudo à sua volta? Então como podem ser importantes para o ecosistema? Nem para o eco nem para sistema nenhum! Exclamei. A dar-lhe uma autêntica aula sem canudo. Que são as melhores.

O Ken estava gagá com a minha retórica. “Dizes tu que aí em Díli existem ratos de setenta e mais quilos?” Perguntou-me.

Tive de lhe responder com muita honestidade: “Oh my friend, vem até cá abaixo que logo verás. É cá com cada roedor. Olha, nem precisas de vir ter comigo nem usar os serviços da Forbes Spy. Basta ires ao Palácio do Governo, aos ministérios, e observares certos ministros, basta ires ao parlamento… que também tem lá um ratão de uns quase oitenta quilos e que até é presidente de ratitos que dizem sim, sim… Senão não roem nada…” O Ken interrompeu, decidido.

“Ok, vou já aí para baixo no próximo transporte. Por favor não os deixes fugir…” Disse temeroso de perder as vistas dos ratões.

“Vem nas calmas que eles não fogem e até se multiplicam cada vez mais. Eles estão entretidos a roer o país e nem querem saber de mais nada.” Respondi-lhe para o sossegar.

E aí vem ele, o doutor, com u, Ken. Meu amigo de longa data. Só não sabia era que ele se preocupava com a rataria… Depois, quando voltar a falar com ele e esclarecer mais e melhor o assunto vos contarei, meus prestimosos, poucos mas muito bons leitores.

Agora vou. Já estou atrasado para o encontro que tenho marcado esta manhã com o PM. É só para saber de que cor é que ele quer a cama de água. Depois, vai ser um alívio e acabam-se os tremores… pelo menos aqui em Lecidere. Oiá!

O quê? O bispo também precisa de uma cama de água? Isso é que era bom. A tipos de saias não ofereço nada, nem uma garrafita de Ricard. Nem de Bacardi. Era o que faltava. Iaó!

Olho vivo e não se deixem roer mais.
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